
O estilo da parisiense está de novo nas passarelas, desta vez com pitadas de anos 80 e 40, via o próprio trabalho do estilista, quando era o “enfant terrible”. Numa coleção basicamente em preto (com toques de vermelho, azul royal, verde, dourado e pink), as formas marcavam a cintura e destacavam os ombros, num maravilhoso trabalho em couro. Transparências e brilhos apareceram em vestidos de manga morcego e longos.
Maria Grazia Chiuri e Pier Paolo Piccioli vivem dizendo que estão atrás de uma nova e jovem cliente para a grife. É bom mesmo eles encontrarem logo ela, pois as antigas já devem ter desistido há muito tempo… Começando com mini vestidos do tipo bailarina, a coleção evocava os anos 60. Transparências e laços foram onipresentes e o preto dividiu espaço com branco, rosa pálido, dourado e verde menta, nos longos mais fluidos do final.
Quando se descobre que alguns vestidos desta coleção levaram 1600 horas para serem feitos, é impossível não parar para refletir sobre o sentido da alta-costura. Riccardo Tisci ainda foi mais fundo no conceito ao optar por uma apresentação intimista no lugar do desfile. As 10 modelos estavam divididas em salões de um apartamento na Place Vendôme em vestidos e calças que homenageavam Frida Kahlo sob a ótica de 3 pilares: religião, sexualidade e dor (representada pelo esqueleto humano, que apareceu nos bordados de cristais e pérolas). Branco, dourado e marrom eram as únicas cores em peças de renda extremamente trabalhadas, detalhes de plumas, tules e zíperes.